25 fevereiro 2018

REFLEXÕES SOBRE O PÓS-MORTE: INFERNO, REENCARNAÇÃO OU NIILISMO?



Aqueles que acreditam no inferno, e procuraram o descrever, dizem que ele é a repetição eterna de tormentos.

Dante, em sua Divina Comédia, retratou com maestria tais tormentos, tanto que tais concepções foram até adotadas por alguns crentes na existência do céu e do inferno.

Só que um filósofo renomado, chamado Jean Paul Sartre, disse, certa vez, uma frase muito interessante: "O inferno são os outros". E é nisso que eu acredito.

São as desilusões, paixões, anseios, angústias, ódio, rancor, mágoa e todos os sentimentos que os outros nos causam, que nos trazem sofrimento. Os outros são a fonte da nossa dor!

E uma vez estabelecida essa ideia quero abordar uma outra, de um grupo de religiosos que não acreditam no inferno: os espíritas.

Para os espíritas cada um de nós possuímos um espírito que através de sucessivas vidas, expia toda e qualquer conduta, pensamento ou até mesmo omissão de conduta que alguém tenha e que traga prejuízo em relação ao próximo ou a si mesmo. A gama de eventos que se encaixa nesse tipo de conduta é quase infinita, pois qualquer deslize pode ser considerada uma falta e toda falta precisa ser paga.

Então cada falta que o indivíduo cometer nessa vida gera uma necessidade de expiação nessa ou numa outra vida, o problema nisso é que não deixamos de falhar um único dia, e o aumento de coisas a expiar aumenta em proporção geométrica...

Diante disso, sabe-se lá quantas milhares e milhares de vida, alguém vá precisar pra não mais ter que voltar a reencarnar, de acordo com a ideia espírita da reencarnação.

Então imagine comigo, as desilusões, paixões, anseios, angústias, ódio, rancor, mágoa, doenças, tudo que a humanidade sofre, com a reencarnação ela terá que sofrer por quase incontáveis vezes...

Está conseguindo acompanhar onde quero chegar? Se analisarmos a perspectiva da reencarnações e suas repetições, e a perspectiva da punição do inferno e suas repetições, veremos que a semelhança entre ambas são desesperadoras. Porque em ambas, o sofrimento que o indivíduo experimenta se prolonga a perder de vista!

Eu amo Jesus e a Deus, e reconheço o quanto Deus me ajuda em cada instante da minha vida, mas confesso que se me fosse perguntado, eu escolheria que o meu pós-morte fosse um niilismo: um dormir sem sonhar que simplesmente me deixasse mergulhar no nada e no esquecimento.

Porque honestamente falando, se for olhar pela perspectiva do inferno ou da reencarnação, eu não ficaria feliz com nenhuma das duas!

Yves Vicente Serrano

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